Seminário PetroTIC: Aceleração pós-Covid
Por Marcio Lacs, CEO da AMT
Como as empresas estão vendo e vivendo a aceleração pós-Covid? Essa pergunta foi feita para mim e para Nicolás Simone, Diretor Executivo de Transformação Digital e Inovação da Petrobras, no painel do X Seminário PetroTIC, que ainda contou com a participação e mediação do Etienne Vreuls, CEO da Vreuls.
Nicolás contou das grandes transformações e dos desafios pelos quais a Petrobras passou – como, por exemplo, em uma semana, levar 30 mil pessoas para o trabalho remoto.
Falando especificamente de infraestrutura, tecnologia e nuvem, o executivo fez uma analogia bastante interessante: “De nada adianta ter Netflix se não tiver internet. É importante tornar simples, acessível e ágil o uso de tecnologias digitais. É como asfaltar a estrada para a transformação digital. Vejo um papel muito importante na nuvem, em função de escalabilidade e conectividade. Arquitetura por multisserviços é uma tendência”.
Outro ponto que o diretor da Petrobras destacou foi a importância de todas as áreas andarem juntas para acelerar a transformação e a inovação, que, segundo o modelo adotado pela empresa, se divide em três eixos: “Go digital (“pavimentando a estrada”) – infraestrutura, arquitetura e microsserviços; Go lean (aumentar a eficiência) – robotização, digitalização e serviços compartilhados; Be digital (mudar o mindset) – novo jeito de trabalhar, governança, transformação cultural e gestão de mudança. Sem todas essas etapas, a Transformação Digital corre o risco de se tornar um voo de galinha”.
Quando Etienne me chamou para o debate, ressaltei a importância que setores como o de Óleo & Gás têm como indutores de novas tecnologias e inovação. Lembrei que, em 2012, montamos um centro de inovação em parceria com a Intel para desenvolver projetos de HPC (Computação de Alta Performance) justamente para atender a demandas do setor. Depois, usamos os recursos e aprendizados em diversos outros setores.
Trabalho há mais de 25 anos com tecnologia como indutor de inovações para os negócios. Vejo que, ao longo do tempo, a tecnologia vem assumindo um papel cada vez mais estratégico nas empresas. Com a pandemia, esse processo foi acelerado. E muito!
Empresas que tinham processos ainda não muito bem estruturados, ambientes com baixo nível de segurança e com dificuldade para acesso remoto tiveram que correr.
Fomos muito demandados por empresas em todos os estágios da jornada para a nuvem. Oferecemos para elas de forma gratuita a nossa consultoria – Cloud Assessment -, que tem por objetivo definir a melhor solução de nuvem para gerar tranquilidade nas suas operações. Além disso, criamos uma série de dez encontros com especialistas de diversas áreas dentro de TI, que nós chamamos de Telefone Vermelho, que é como nos referimos à linha direta que mantemos com todos os nossos clientes.
Agora, estamos vendo um novo momento de otimização. Como fazer mais, ter um ambiente mais seguro, ter responsabilidades claramente definidas e ainda reduzir custos?
Para quem ainda não viu O Dilema das Redes, eu recomendo. Considero a rede social uma das maiores inovações das últimas décadas – talvez de todos os tempos. O dilema é sobre como uma inovação, por melhor que ela seja, precisa ser entendida numa dinâmica de negócios, de interesses.
Trazendo a conversa para as redes de tecnologias que suportam os negócios das empresas, vejo uma necessidade muito grande de as empresas terem controle sobre as suas escolhas e as suas operações.
Costumo dizer que tudo que nós, de tecnologia, devemos fazer é dar tranquilidade para que os gestores possam se dedicar aos seus negócios. Precisamos ser parceiros, não meros fornecedores.
A boa notícia é que, pelo menos na nuvem, estamos caminhando para um cenário de independência, de possibilidade de uso de praticamente qualquer hardware e software de forma integrada.
Graças ao OpenStack, estamos conseguindo estruturar e manter nuvens privadas e híbridas, com ambientes hiperconvergentes, em que tudo é aproveitado, integrado e controlado de um só ponto.
Junto com o HPC, que permite o processamento de grandes volumes da dados, acredito que o OpenStack é a grande inovação em termos de infraestrutura que está quebrando os paradigmas pré e pós-Covid.