O custo da nuvem, um paradoxo de um trilhão de dólares
Trabalho com tecnologia há mais de 25 anos e com Cloud Computing há pelo menos 12 anos na AMT Cloud. Em todos esses anos, nos deparamos com cenários econômicos e tecnológicos favoráveis e desfavoráveis. Mas qual é o ponto de equilíbrio para uma empresa adotar Cloud Computing ou ambiente On-premises?
Li recentemente um artigo publicado pela Sarah Wang e o Martin Casado, chamado “The Cost of Cloud, a Trillion Dollar Paradox” (O Custo da Nuvem, um Paradoxo de um Trilhão de Dólares). No início do artigo já deparamos com afirmações e os benefícios da nuvem para qualquer tamanho de empresa, que esteja iniciando ou finalizando a sua jornada para a nuvem.
No meu ponto de vista a Nuvem proporciona algumas vantagens de escala e de inovação, como a disponibilidade imediata e agilidade na entrega de infraestrutura, escala de crescimento da infraestrutura junto com o seu negócio, aceleração da inovação com a adoção de micro serviços e o mais importante, libera os seus recursos/colaboradores de TI para que se concentrem em novos produtos e no crescimento da sua empresa.
Parece até frase pronta – “Cuidamos da sua infraestrutura para que você cuide do seu negócio”, mas é verdade!
Trabalhei nos últimos anos com várias empresas, de diversos segmentos e tamanhos. Cada vez mais as empresas estão buscando serviços em nuvem de forma centralizada, com requisitos de segurança, monitoramento e suporte personalizado.
Hoje as empresas não estão buscando apenas um fornecedor de nuvem e sim um parceiro de negócios, já que liberar seus recursos de TI para trabalhar em outras frentes pode viabilizar uma jornada para a inovação.
Chega de perder tempo com vCPU, vRAM e disco. Porta de Rede, então? “Precisamos comprar mais um servidor…” Não! As empresas almejam pensar em como se reposicionar no mercado, acelerar fusões e, em alguns casos, assumir a liderança do seu segmento. Por que não?
Mas é preciso refletir sobre todas essas maravilhas e vantagens que a Nuvem proporciona. O artigo citado menciona a vantagem da adoção da nuvem para as empresas no seu início de vida. Entretanto, ao atingir um certo tamanho é natural que as empresas desacelerem o seu crescimento. É nesse momento que a nuvem pode se tornar um peso e, principalmente, pressionar as margens dos seus produtos, fazendo com que a sua empresa tenha lucros mais baixos. Em outras palavras, a nuvem se torna um sócio da sua empresa.
Neste momento, você deve estar se perguntando onde foram parar as vantagens descritas lá no início. Acertei? É como eu sempre digo, nem toda empresa é igual. Algumas empresas, independente do seu tamanho, segmento ou tempo de vida, podem se beneficiar para sempre da Nuvem, outras não.
O texto da Sara e do Martim sugere uma economia de 50% quando a empresa faz a “repatriação” dos serviços. Trata-se de um percentual bastante significativo no atual cenário econômico. Você que está lendo este post pode pensar “Com essa economia toda eu vou montar um datacenter, comprar equipamentos e cuidar eu mesmo da infraestrutura, assim posso reposicionar a minha empresa por um custo viável”. Não faça isso!
Fica muito claro no artigo que a “Arquitetura é o nome do jogo”. Sabemos que em TI não é apenas apertar um botão e tudo funciona perfeitamente. É necessário analisar alguns fatores e tomar a melhor decisão para que a sua empresa mantenha a inovação e a competitividade.
Existem muitos tipos e serviços mas, atualmente, podemos dividir a Nuvem em 3 modelos de serviços:
Nuvem pública – Onde os serviços e servidores rodam em ambientes com recursos computacionais compartilhando. Aqui é possível aliar infraestrutura auto escalável, micro serviços, utilização por demanda, entre outros benefícios. A desvantagem é que o custo pode ser imprevisível caso ocorram demandas fora do planejado e, como o seu pagamento é por demanda, pode haver surpresa no fim do mês.
Nuvem Privada – Onde os serviços e servidores rodam em ambientes dedicados, sendo possível criar as suas próprias regras. Porém, este modelo tem uma capacidade limitada: a necessidade daquele momento. Em contrapartida, tem o benefício do custo previsível permitindo um bom planejamento da utilização da Nuvem.
Nuvem Híbrida – Esse é o modelo mais flexível, onde é possível uma junção com os outros dois modelos acima. No modelo híbrido pode-se adotar ambientes On-premisses ou Colocation em datacenters. Os benefícios envolvem liberdade para usar a plataforma de hardware, software e orquestração de sua preferência, possibilidade de transbordo de demandas sazonais para Nuvens Publicas, adotar micros serviços mantendo a inovação e definir os requisitos de segurança que melhor se adaptem o seu negócio. Além disso, outra vantagem é o planejamento de investimentos previsíveis e capacidade. A desvantagem está em migrar de plataforma de tempos em tempos.
Arrisco-me a citar três frases que resumem a saída do paradoxo de 1 trilhão de dólares, são elas:
“Arquitetura é o nome do Jogo” – “Nem toda empresa é igual” – “ Você não precisa de um fornecedor, mas de um parceiro”.
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Flávio Correia,
Arquiteto de Soluções na AMT
Link do artigo The Cost of Cloud, a Trillion Dollar Paradox: https://a16z.com/2021/05/27/cost-of-cloud-paradox-market-cap-cloud-lifecycle-scale-growth-repatriation-optimization/